Combatente volta da Ucrânia para entregar pertences de paranaense desaparecido na guerra a familiares
Sadat atuou como médico de combate e evacuação na Guerra da Ucrânia Arquivo Pessoal Depois de oito meses de combate na Ucrânia, Sadat, brasileiro que atuou...

Sadat atuou como médico de combate e evacuação na Guerra da Ucrânia Arquivo Pessoal Depois de oito meses de combate na Ucrânia, Sadat, brasileiro que atuou como médico de combate e evacuação, começou uma nova missão no Brasil: entregar para a família os pertences de um colega que está desaparecido na guerra. Por conta disso, o paulista foi até Paranaguá, no litoral do Paraná, entregar documentos e uma bandeira para os familiares do jovem de 22 anos, que foi à Ucrânia no final de novembro de 2024, com o objetivo de ter experiência militar. Ele desapareceu durante uma missão enquanto atuava em uma equipe de assalto – como são chamadas as unidades que agem com o objetivo de atacar as defesas inimigas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PR no WhatsApp Segundo Sadat, que era da mesma unidade do jovem desaparecido, a tarefa é o cumprimento de uma promessa que os dois fizeram. "Eu prometi para ele que ia fazer isso pessoalmente. Fiz por camaradagem, porque eu só ia ter paz quando fizesse isso", diz emocionado. Sadat conta que não pretende voltar à Ucrânia. Agora, ele deve voltar para São Paulo e retomar o trabalho como cirurgião dentista. "Acredito que depois disso eu consigo seguir na minha vida, porque infelizmente eu não estava conseguindo seguir enquanto eu não encerrasse esse ciclo de entregar isso aos familiares desse combatente", afirma. O g1 procurou a família do paranaense desaparecido, que optou por não dar entrevista e pediu para ser mantida em anonimato. 'Um inferno na terra', descreve combatente Sadat agradece a oportunidade de voltar seguro para casa. "O campo de batalha é muito perigoso, muito hostil, muito melancólico, muito depressivo. É um ambiente que é um inferno na terra. É uma sensação de renovação de estar de volta no Brasil", afirma. O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores no Brasil, informou, no fim de julho, que tem registro de 10 brasileiros mortos e 17 desaparecidos em conflitos na Rússia e na Ucrânia. A guerra entre Rússia e Ucrânia Ucrânia sofre um dos maiores ataques em semanas; Zelensky reage: 'Sem sinal que pretendem acabar com a guerra' A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma ofensiva militar contra o território ucraniano. Desde então, o conflito provocou milhares de mortes, milhões de refugiados e intensos combates, especialmente no leste e sul do país. A Ucrânia conta com apoio militar, financeiro e humanitário de países ocidentais, como os Estados Unidos e a União Europeia. A Rússia, por outro lado, enfrenta sanções econômicas internacionais. Apesar das negociações em curso, ainda não há perspectiva concreta de fim do conflito. LEIA MAIS: 'Não sabia se iria conseguir sair dessa': Paranaense na guerra da Ucrânia foge do país após não conseguir quebrar contrato com o governo Combatente: Quem era Antônio Hashitani, estudante de medicina que morreu em combate na guerra na Ucrânia 'Era o ideal que ele tinha': Paranaense morre na guerra da Ucrânia após quase dois anos lutando como voluntário VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.